28 dezembro 2005

IMS é a Jeni!

Mais uma espinafrada no IMS: Produktivity: It's cute... but it's WRONG!!!
It seems that IMS is another stab at providing a sandpit for the IP kids to play in. But it is similarly doomed. (Hands up those of us who would willingly let our parents organise a party for us when we were 21?)

26 dezembro 2005

Orange oferece Internet por celular "all you can eat" na França

Comentário interessante do Rodrigo A. Sepúlveda Schulz no seu blog sobre o serviço 3G da Orange na França para acesso a Internet.

O preço é salgado (70 Euros), mas com uso ilimitado "all you can eat" com banda de até 450Kbps, o que faz dele uma opção interessante quando se está fora de casa e não se deseja ir a caça de um access point ou de um ponto de rede não filtrado.

Aqui no Brasil, os planos Edge e EVDO estão com preços de 4 a 5 reais o megabyte, o que torna o custo de uma página Web carregada algo como 3 reais. Entretanto existem planos de 1GB por algo como 150 reais por mês, o que já se torna mais interessante para uso eventual mas ainda não é o "all you can eat".

Um efeito interessante deste serviço de Internet por celular é que as empresas vão acabar perdendo o poder de observar o uso da Internet de seus funcionários da mesma maneira que perdeu o controle da telefonia quando os funcionários compraram seus celulares.

21 dezembro 2005

IMS contra a inovação da Internet

Richard Stastny novamente posta uma excelente discussão sobre a implementação das plataformas IMS e qual o problema que a tecnologia tenta resolver.

Desta vez ele deixa claro que a plataforma IMS está tentando resolver problemas já resolvidos de uma maneira que amarre o cliente na operadora para o uso dos serviços, e deixa claro que as operadoras não terão chance.

A inovação está acontecendo em nível global, e a plataforma comoditizada é o IP. O que fica enbaixo do IP tem muito pouco diferencial competitivo a oferecer para uma implementação de serviços presa num "jardim murado" de atuação local e provavelmente atrasada em termos de inovação.

20 dezembro 2005

Verdadeiro broadband nos EUA aparece depois do Brasil

Om Malik comenta em seu blog que os consumidores dos EUA estão finalmente caminhando para ter um aumento expressivo das velocidades de acesso a Internet e experimentar o verdadeiro broadband pela primeira vez. As velocidades estão caminhando de 512Kbps para 6Mbps, depois 8 e logo 15Mpps.

O curioso é que este movimento foi quase simultâneo com o movimento que está acontecendo no Brasil. Nós aqui das Américas estamos mesmo alguns anos atrás dos países asiáticos (Japão, Coréia do Sul), e todas as novidades estão acontecendo primeiro lá.

Outra observação interessante é a observação do impacto do aumento de banda para os usuários. Já é sabido desde o final dos anos 90 que a banda agregada de dados sendo transportada na Internet cresce muito próximo de uma reta, onde a banda disponível (instalada) é um fator menos condicionante a real banda consumida (desconsiderando condições extremas de banda reprimida).

O uso da navegação Web consome algo como 1mbps. Todas as outras aplicações, desconsiderando downloads, é efetivamente controlado em banda pela outra ponta, e não pela velocidade de acesso.

O download apresenta uma limitação prática, que é o consumo deste dado. Se for música ou vídeo, a banda chega a ficar acima da velocidade de reprodução (muito acima, no caso de música), o que já desencoraja os downloads preventivos (muito antes de um eventual uso do dado).

Tudo isso leva a um limite prático do uso da banda, que caminha a ser muito inferior a banda sendo oferecida ao cliente pelo serviço de broadband. Esta situação já é observada na Coréia do Sul, onde é comum obter acessos de 100mbps e as pessoas usam uma parte muito pequena desta banda.

É possível traçar uma analogia com a energia elétrica, onde a banda disponível é a capacidade do transformador no poste e na fiação de acesso a sua casa, e você consome realmente aquilo que deseja. Seguindo esta analogia, será que no futuro passaremos a ser cobrados pelos gigabytes transportados em vez da velocidade de acesso, da mesma forma que pagamos pelo kwh de energia?

Texas ganhará broadband pela fiação de energia

Current Communications Group e TXU Electric Delivery oferecerão BPL (broadband over power line) para dois milhões de clientes no Texas até o fim de 2006 em mercados como Dallas e Ft. Worth.

Um dos problemas mais complicados no BPL é como retirar o sinal broadband das linhas de alta tensão e transferir para o assinante, pois o transformador normalmente filtra o sinal. Current/TXU deve usar um equipamento em paralelo ao transformador para transferir o sinal para as linhas de baixa tensão e permitir o uso de um pequeno adaptador na casa do assinante para o acesso à Internet.

Um ponto interessante neste serviço a ser oferecido é que permitirá o acompanhamento em tempo real da distribuição de energia na planta de distribuição, com previsão mais tarde de implementação de medição de consumo remoto e desligamento/religamento remoto de energia.

Aqui no Brasil os testes de uso desta tecnologia tem relatado dificuldades por causa da qualidade de nossa rede de distribuição de energia. Para o uso de broadband, investimentos seriam necessários em atualização dos equipamentos nas subestações.

16 dezembro 2005

Operatoras tentando criar a "longa distância" na Internet

Já tinha comentado em uma postagem anterior que as operadoras estão tentando empurrar para os consumidores serviços de Internet deliberadamente prejudicados para permitir diferenciação de preço para os consumidores e para os fornecedores de serviço na Internet (Amazon, Yahoo, eBay, Skype, etc).

A idéia que ronda as operadoras é criar uma espécie de ilha de conectividade de alta performance para os clientes e para os serviços prestados pela operadora ou por suas parceiras, e um serviço deliberadamente limitado ou oferecido por preço diferenciado o acesso aos serviços não filiados.

A plataforma IMS foi criada exatamente com este objetivo, que através de mecanismos de QoS (sabotagem?) facilita especialmente o tráfego de interesse destas operadoras, criando "ilhas de conectividade" ou "jardins murados". As operações celular 3G e de integração fixo-móvel futuras prevêem o uso do conteito IMS.

Esta briga está sendo feia, de um lado as operadoras querendo descobrir uma maneira de preservar suas margens absurdas, e do outro lado os grandes prestadores de serviço como Yahoo, Google, Amazon, Vonage, etc. Quem vai ganhar?

Dean Bubley comenta no blog Disruptive Wireless que a visão de Internet controlada pela operadora será difícil de ser implementada. Ele lista alguns problemas que a operadora teria que enfrentar:
  • VPNs escondendo o tráfego, impedindo a filtragem e reordenamento pela operadora;
  • as aplicações Web estão caminhando para serem desestruturadas, possivelmente requisitando dezenas de requisições Web para diferentes lugares para completar uma atividade (não bastaria prejudicar o QoS do IP da Amazon, por exemplo);
  • ter alguém responsável por administrar estes QoS geram um risco legal e contratual que podem envolver clientes e parceiros na área de redes, negócios de dados no atacado, marketing, regulamentação, legal, recursos humanos, grandes contas, etc.;
  • aplicações vão evoluir para contornar as limitações impostas pela rede;
  • operações de manipulação do tráfego no agregado com certeza provocarão impactos não previstos nos negócios de clientes e parceiros.
Eu acrescentaria ainda que com a provável competição da conectividade por fio, cabo, sem fio, etc., as operadoras terão que ter cuidado para não irritar os seus clientes. Afinal de contas, são eles quem escolhem o serviço que querem e que pagam por ele.

15 dezembro 2005

Voz como adicional no negócio de portal do Yahoo

A Yahoo está anunciando chamadas telefônicas nos EUA a 1 centavo de dolar por minuto, criando um novo patamar para as operadoras de telefonia IP.

Isto mostra que o negócio de ligação de telefone PC para telefone nos EUA está caminhando para uma gerra de preço violenta, a chamada "race to the bottom".

Qual o impacto desta corrida para o zero?

Alec Saunders escreveu em seu blog um artigo avaliando o impacto sobre os negócios e anuncia já que o vencedor provavelmente será os portais Web, que subsistem de propaganda em seus portais e podem oferecer a voz como algo mais em suas aplicações.

É uma situação semelhante à da eBay/Skype, que vê o serviço de voz Skype como facilitador da negociação do eBay.

Alec comenta também que os provedores de aplicação serão também vencedores, pois terão incentivo para apresentar soluções inovadoras de comunicação que estão se tornando viáveis apenas com o custo de ligação caminhando para o zero.

Os grandes perdedores são as operadoras, que estão observando quedas acentuadas nas ligações de longa distância e também no número de linhas telefônicas ativas.

As operadoras de telefonia pura IP também estão caminhando para um beco sem saída, pois estratégia de menor preço para produto indiferenciado é de margem minúscula, e se for oferecida como suporte a outros negócios pode acabar sendo até de margem negativa.

13 dezembro 2005

Previsões para 2006 do consultor Mark Anderson

Interessante artigo da BusinessWeek comenta sobre as previsões para 2006 de Mark Anderson, um dos líderes da empresa de consultoria Strategic News Service.

As previsões apresentadas:
  1. As pessoas nos EUA rejeitarão a televisão americana em favor da Internet. "A Internet é para notícias. TV para entretenimento. Fox para propaganda."
  2. Gasto em propaganda on-line crescerá de 40% a 50%. Isto desestabilizará as redes de televisão e os impérios de notícias impressas.
  3. Americanos descobrirão o impacto real de fazer outsourcing para a India, e eles não vão gostar. Estes empregos deslocados serão exatamente os de alta qualificação.
  4. Pessoas comprarão conectividade broadband de quem oferecer o menor preço -- seja telecom ou companhias de cabo.
  5. Companhias de envio de bit terão posição dominante como platformas.
  6. IP em tudo.
  7. Telas Flat-panel em múltiplos quartos aumentará a demanda de broadband nas casas.
  8. Toyota cresce em cima da GM e acaba sendo reconhecida como a empresa melhor gerida no mundo.
  9. A bolha de negócios imobiliários se segurará ainda mais um pouco.
  10. O fenômeno do consumidor global vai realmente decolar.
O ítem 4 comenta sobre o impacto sobre o negócio das teles, entretando as teles fixas não estão paradas e vão brigar para manter seu monopólio sobre o acesso as casas da forma que puder, nem que seja montando ilhas de conectividade.

Você compraria um serviço de conectividade que é deliberadamente sabotado para impedir que você use serviços de terceiros sobre a Internet?

12 dezembro 2005

Web 2.0 será o serviço de diretório do Voice 2.0?

Yahoo acabou de adquirir mais uma empresa pertencente a onda Web 2.o: o excelente gerenciador de bookmarks del.icio.us. A del.icio.us agora faz par com a primeira empresa comprada: a flickr.

Observe que ambas as empresas permitem compartilhamento de inteligência de forma tácita através de tags entre pessoas e permite o agregamento de grupos de pessoas de acordo com seus interesses.

A Web 2.0 está caminhando para ser o serviço de diretório da Voice 2.0, e a Yahoo está se posicionando de forma estratégica para que com os dados compartilhados e a administração dos nossos contatos se habilite a se tornar um dos maiores facilitadores de comunicação entre pessoas.

Este link mostra as principais aplicações Web 2.0 hoje em uso, vale dar uma olhada para descobrir qual será a terceira empresa que a Yahoo vai comprar... :-)

09 dezembro 2005

Yahoo e GVT aquecem suas investidas em VoIP

A GVT está lançando o serviço de VoIP Vono para atender o mercado residencial e de pequenas empresas e está oferecendo ligações com custo local em mais de uma centena de cidades no Brasil, oferecendo um número telefônico para rede pública em quaisquer destas cidades.

Provavelmente esta seja a maior investida de uma operadora no mercado brasileiro até agora, e sinaliza que a ligação de longa distância aqui no Brasil não vai durar muito tempo.

A Yahoo também está relançando seu serviço de VoIP dentro do seu Instant Messaging, oferecendo número telefônico também e com custos ainda mais baixos com o Skype.

05 dezembro 2005

As aplicações Web 2.0 ainda não possuem modelos de negócio viáveis

Dion Hinchcliffe discute em seu blog Web 2.0 a dificuldade de monetizar as aplicações que estão sendo desenvolvidas e sendo disponibilizadas na Internet.

Ele apresenta as três alternativas que estão em uso hoje em dia:
  • Propaganda: é o modelo que a Google está usando para oferecer as aplicações de busca e de e-mail hoje em dia. A Microsoft também está se posicionando para trabalhar neste modelo com o live.com, e possivelmente não haverá muitas oportunidades para empresas menores;
  • Assinaturas: usando suas variantes fixo, variável e fixo + variável, este modelo está sendo usado por diversas aplicações Web 2.0 que desejam monetizar suas empreitadas;
  • Comissões por transação: usado pelos sites de leilão, como o mercadolivre.com.br.
Estes três modelos são os que estão presentes hoje, mas Dion comenta que outros modelos deverão se desenvolver no futuro.

Esta discussão é muito interessante também para a área de telefonia, pois claramente se observa que voz será uma aplicação acessória (Voice 2.0) dentro das comunidades desenvolvidas dentro das aplicações fim que estão sendo desenvolvidas na Web 2.0 (lembram da compra da Skype pelo eBay?).

01 dezembro 2005

Pesquisa e desenvolvimento cai para Telecom e cresce para Software

Alec Saunders comenta que uma reportagem da Spectrum da IEEE avaliou o gasto em P&D de diversas indústrias e mostrou que as empresas da área de Telecom vem reduzindo seus investimentos desde 2000, enquanto que na indústria de software e serviços estes investimentos estão crescendo muito rapidamente.

Alec observa também que isto mostra que as operadoras de telefonia tem cortado gastos e evitado fazer investimentos, deixando todo o terreno de inovações acabe sendo ocupado pelos segmentos de software e de serviços.