24 fevereiro 2006

Comoditização da Telecom

Om Malik está comentando sobre o processo de comoditização das plataformas de telecom, onde os equipamentos verticais de roteamento como da Cisco, ou Pabx para voz, estão sofrendo uma concorrência maior.

Ele comenta sobre os impactos do Asterisk para os pabxs, Nagios para as plataformas de gerência de rede como HP OpenView, OpenVPN que compete com soluções de VPN da Cisco, Snort sobre os fabricantes de firewall e a novidade XORP, que implementa um sistema operacional específico para aplicações de roteamento.

A plataforma XORP está sendo utilizada pela startup Vyatta, que está entrando em beta com um roteador baseado em dois processadores Intel com o objetivo de competir no mercado de pequenas e médias empresas com um produto custando quase um quinto de um similar da Cisco.

20 fevereiro 2006

Streaming de Vídeo para Celular terá futuro?

Brough Turner faz uma análise interessante que tem um impacto significativo na nossa discussão sobre a definição brasileira da televisão digital. Nossas discussões aqui no Brasil são muitas vezes tacanhas por tentar analisar o impacto das novas tecnologias com a mentalidade de como os negócios estão estabelecidos hoje.

Então nossa preocupação fica em saber se queremos favorecer as teles ou as empresas de TV (a Globo) no uso do espetro de frequência existente após a transição para a transmissão digital, e com forte preocupação sobre as oportunidades de streaming de vídeo para os terminais móveis, em especial os novos celulares.

O engraçado nesta discussão é que provavelmente estamos caminhando para destruir o modelo de streaming de vídeo, independente de quem faz o streaming. O streaming é necessário na televisão porque a televisão não possui a habilidade de armazenar os dados recebidos, exigindo que quem transmita faça o controle de mandar os dados exatamente na mesma velocidade que o dado é consumido.

Turner diz que este modelo até pode ser usado nesta primeira geração de vídeo digital, mas que está com os dias contados. O armazenamento digital de dados continua a evoluir de uma forma impressionante, enquanto a capacidade de transmitir os dados (o espectro de frequência, por exemplo) continuam gerando limitações significativas em termos de banda, disponibilidade, cobertura e qualidade de serviço, fazendo o custo/benefício de fazer o "streaming" ser pior do que implementar um "store-and-replay" (iniciar o download e apresentar durante o download ou depois).

Turner comenta sobre celulares que já estão disponíveis, como o SB 130, que possui display QVGA (320 x 256) e funcionalidade de armazenamento de vídeo (PVR) de uma hora, mostrando que a tecnologia já está lá. O "streaming" como conhecemos hoje vai ser relegado apenas as apresentações realmente ao vivo.

Chat do GTalk de dentro do GMail

Conforme já tinha noticiado algumas semanas atrás, a Google disponibilizou para quem configurar a interface do GMail em Inglês a habilidade de acompanhar a presença e conversar com seus contatos do GTalk diretamente da Web, sem usar nenhum software de Instant Messaging.

A experiência do uso da interface é boa, mas não é exatamente apropriado para o uso em comunicação instantânea. Entretanto é muito útil no sentido que não há necessidade de nenhum software para ficar disponível para conversas instantâneas e que é possível guardar todas as conversas como se fossem e-mails, permitindo buscas conjuntas de e-mail e chat.

Está ficando claro que o chat, e-mail e possivelmente voz caminharão para a integração total, e que a escolha entre o chat, o e-mail ou chamada de voz será transparente e irá depender dos interesses das partes e suas disponibilidades. A tecnologia para este transporte sobre IP (SMTP, ICQ, Jabber, SIP, etc) tenderá a ser unificada e estará a reboque desta exigência de experiência de uso unificada.

14 fevereiro 2006

O "Mercado" voltará a ser humano

Martin Geddes comenta em seu blog sobre o futuro das relações de comércio. A idéia é que as relações tenderão a ser cada vez mais humanas, complementando as atividades básicas do negócio.

Historicamente as relações comerciais ocorriam no "Mercado", um espaço de socialização onde compradores e vendedores se encontravam e desenvolviam relações humanas saudáveis.

A revolução industrial massificou o processo, e as empresas passaram a ser o principal agente do "Mercado", mas agora praticamente sem espaço físico e sem face humana. O telefone foi um dos facilitadores mais importante para este modo de relação.

Agora com o poder de comunicação da Internet este processo pode mudar, pois os consumidores estão exigindo transparência da relação, e esperando a experiência humana do antigo "Mercado", mesmo que seja sobre a Internet.

Os Blogs são um exemplo claro desta transição. Muitos Blogs hoje são escritos por funcionários de empresas para cumprir a função da relação humana da empresa. Ou seja, os clientes conseguem ver um ser humano (uma face) no outro lado da relação comercial.

Martin apresenta outros exemplos interessantes desta transição para as novas formas de relacionamento do "Mercado". Ele inicia apresentando a "Zopa", que é uma empresa de intermediação de empréstimo de dinheiro, onde seu criador comenta as vantagens de permitir que quem pega emprestado possa enviar mensagens para quem emprestou, e a valorização da relação humana mesmo que seja pelo telefone.

E aí, começa uma futurologia interessante: Martin sugere que em dez anos se o seu banco não estiver na lista de contatos do seu software de Instant Messaging vai provavelmente estar em dificuldades.

Outra idéia interessante é substituir a mensagem dos Call Centers: "Neste instante todos o nossos atendentes estão ocupados, aguarde um instante pois sua ligação é importante para nós." por outra como "Neste instante nossos atendentes estão ocupados. Acesse fone.empresa.com.br para assistir a WebCam do Call Center e acompanhar sua posição na fila."

13 fevereiro 2006

Internet sem fio se oferecido de graça pelas cidades favorece a quem?

Esta é uma pergunta interessante levantada pelo site GreaterDemocracy.org. A pergunta é se as cidades passassem a oferecer acesso a Internet sem medição de consumo a toda a população como já tem acontecido em várias cidades do mundo, quem seria beneficiado? As empresas ou as pessoas?

A resposta é que beneficiaria a todos, oferecendo comunicação sem atrito a todas as pessoas, da mesma forma que a educação pública, as ruas e estradas e a segurança pública beneficiam a todos, empresas e pessoas.
Thus the people should expect the best possible un-metered
communications commons for economic development, education, health,
public safety and government services that their government can provide
them. This is, after all, the proper and reasonable role of a
democratic government for, of, and by we, the people.

09 fevereiro 2006

Convergência: separação de acesso e serviços

Interessante artigo de Geoff Hustons: Convergence?:
Perhaps its time to forget about convergence, and instead look at what it takes to survive as a carrier ISP in today’s deregulated, competitive, unconverged world. Certainly one of the more important principles is to stop attempting to add value to the network by spending large amounts of effort in providing a panoply of services that customers simply don’t want and don’t value. It would appear that want customers want today is for packet carriers to stick to the basics - keep overheads low and operate a network that is simple, stable, fast and cheap. User value construction is happening at the edge of the network through overlay structures, and the major attribute of networks today is not convergence per se, but the ability to open the network’s edge up for competitive innovation.
It appears that vertically integrated service providers are fading away, and convergence is fading away with it. The deregulated service industry continues to specialize rather than generalize. Valued service delivery is increasingly based on overlay systems that treat the network as a simple packet transmission service. The harsh lesson here is that the converged Utopia of the old world carrier industry is now no more than a piece of nostalgic mythology. And a rather dull and uninteresting one at that. The unconverged service world of layered applications is vibrant, innovative, exciting and very much alive . And maybe that’s a very good thing.
Para chegar as estas conclusões, o artigo elabora uma comparação do sonho que existe desde a década de 90 em que as operadoras iriam implementar uma rede única ligando voz, vídeo e dados e oferecer todos estes serviços verticalizados e integrados.

O artigo mostra que este sonho não se realizou com ISDN, nem com ATM, mas está se realizando de uma outra forma pela sociedade. A queda do valor das empresas de telecom e suas rentabilidades estão representando isto, e os players que agregam os serviços sobre IP estão aumentando seu valor (Google, Microsoft, Yahoo, Skype, eBay, etc).

Ou seja, as teles vão ter que aprender a ser ISPs apenas, e abandonar o sonho da solução vertical (e com isso parar de gastar dinheiro com isso). E que sejam ISPs eficientes, pois a concorrência para esta commodity só tende a aumentar (acesso sem fio, fibra, PLC, TV a cabo, etc.).

07 fevereiro 2006

Broadband bancado pelo Estado nos EUA (UTOPIA)

Este é um exemplo interessante da parceria do estado com empresas privadas para oferecer conectividade aos habitantes de 14 cidades do estado de Utah nos EUA.

Uma organização chamada UTOPIA foi criada que contrói redes óticas desde o backbone local até o acesso (última milha), e implementa apenas switching MPLS (sem IP) para prestação de serviço no atacado.

O varejo é abastecido por várias empresas privadas que se utilizam e pagam pelo bem comum contruído e revendem para pessoas físicas e empresas na forma de provimento de Internet, VPNs, VoIP, TV, etc.

Serviços já disponíveis (fonte): 10Mbps por $39.95/mês, 15Mbps por $44/mês, ou Internet, Telefone, and serviços a Cabo por $90-120/mês.

Google integra GTalk (webchat) com GMail

Google está lançando uma integração da parte de chat do GTalk com o GMail, permitindo buscas nos chats feitos, verificar o estado de presença dos seus contatos e fazer novos chats pela web mesmo (sem voz).

Ainda não está disponível para todo mundo, e provavelmente deverá levar várias semanas para que todos os usuários do GMail tenham o mecanismo implementado.

03 fevereiro 2006

BrasilTelecom demite 12% do seu quadro

Acabou de sair a notícia de que a BrasilTelecom está demitindo 800 pessoas (12%) do seu quadro de pessoal.

A razão apresentada é a esperada, ou seja, competição de empresas que oferecem VoIP para longa distância e principalmente substituição da linha fixa pelo celular.

A notícia da Folha tenta compensar passando um quadro positivo, comentando sobre a expansão do serviço de banda larga, da sua operação de celular e de sua prestadora de serviços VoIP. Entretanto todos estes serviços estão com competição forte, e apenas o serviço de banda larga deve ter alguma rentabilidade.

Entretanto mesmo neste mercado, a competição da Virtua já está fazendo estragos na sua base de clientes (papai mandou dizer que agora temos Virtua com MegaFlash :-) ), exigindo que a BrasilTelecom faça novos investimentos para ADSL2+, VDSL, ou até mesmo FTTC/FTTH (fibra) neste ano para poder oferecer conectividade diferenciada de maior rentabilidade, e novos investimentos em expansão da planta ADSL para ganhar maior escala, mas com menor retorno.

Resta saber se os investimentos de conectividade serão feitos, ou se as operadoras vão continuar batento na tecla que o celular e o VoIP competem injustamente e que a Anatel tem que fazer alguma coisa. Se as operadoras não fizerem este investimento, a sociedade vai acabar descobrindo um outro meio.

Skype lança SkypeIn no Brasil

A Skype acabou de lançar o serviço de número de telefones brasileiros para acesso ao Skype. Este serviço será oferecido pela Transit aqui no Brasil e disponibilizará números inicialmente para São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Campinas, Santos, Joinville, Caxias do Sul e São José dos Campos.

O preço do serviço será em torno de R$10,00 por mês, mais R$5,00 para o serviço de voice-mail. É um preço competitivo e comparável ao oferecido pelo SkypeIn ao redor do mundo.

Só para comparação, a GVT oferece este serviço por R$15,00 por mês, mas disponibilizando R$10,00 em créditos para ligações, além de utilizar um protocolo padrão SIP, o que permite o uso de ATAs de mercado.