Brough Turner faz uma análise interessante que tem um impacto significativo na nossa discussão sobre a definição brasileira da televisão digital. Nossas discussões aqui no Brasil são muitas vezes tacanhas por tentar analisar o impacto das novas tecnologias com a mentalidade de como os negócios estão estabelecidos hoje.
Então nossa preocupação fica em saber se queremos favorecer as teles ou as empresas de TV (a Globo) no uso do espetro de frequência existente após a transição para a transmissão digital, e com forte preocupação sobre as oportunidades de streaming de vídeo para os terminais móveis, em especial os novos celulares.
O engraçado nesta discussão é que provavelmente estamos caminhando para destruir o modelo de streaming de vídeo, independente de quem faz o streaming. O streaming é necessário na televisão porque a televisão não possui a habilidade de armazenar os dados recebidos, exigindo que quem transmita faça o controle de mandar os dados exatamente na mesma velocidade que o dado é consumido.
Turner diz que este modelo até pode ser usado nesta primeira geração de vídeo digital, mas que está com os dias contados. O armazenamento digital de dados continua a evoluir de uma forma impressionante, enquanto a capacidade de transmitir os dados (o espectro de frequência, por exemplo) continuam gerando limitações significativas em termos de banda, disponibilidade, cobertura e qualidade de serviço, fazendo o custo/benefício de fazer o "streaming" ser pior do que implementar um "store-and-replay" (iniciar o download e apresentar durante o download ou depois).
Turner comenta sobre celulares que já estão disponíveis, como o SB 130, que possui display QVGA (320 x 256) e funcionalidade de armazenamento de vídeo (PVR) de uma hora, mostrando que a tecnologia já está lá. O "streaming" como conhecemos hoje vai ser relegado apenas as apresentações realmente ao vivo.
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