Estive na
Convenção Latino Americana W2i Cidades Digitais na semana passada para conhecer os avanços no processo de disponibilização de conectividade sem fio aqui no Brasil.
Aqui no Brasil algumas cidades já começaram a instalar tecnologia de redes sem fio para a disponibilização de conectividade para o serviço público e, em alguns casos, também para o público em geral. Ainda não há nenhum caso de redes Mesh, apenas pontos de acesso Wi-Fi, pre-Wi-Max e Canopy.
O caso de Sud Mennucci é o caso mais interessante pelo fato dos pontos de acesso Wi-Fi e a conectividade estar sendo bancado pela prefeitura e pelo fato que está aberta ao público em geral. O prefeito comenta que até gostaria de ter como cobrar mas teria tantos problemas tentando regularizar a situação com a ANATEL que não valeria a pena.
A cidade de Marília teve uma rede Canopy 5,7Ghz instalada para a interligação dos pontos de atendimento da Unimed. A Unimed acabou oferecendo uma parte da banda para o uso das escolas do município.
As outras cidades tiveram suporte de empresas privadas para poder implantar suas redes. Mangaratiba implantou uma parceria público-privada para a instalação de pre-Wi-Max junto com a Intel, sendo a primeira implementação da Intel na América Latina.
Macaé e Ouro Preto também apresentaram seus projetos, usando tecnologias Canopy e pre-Wi-Max respectivamente.
A minha conclusão é que o processo aqui no Brasil ainda está muito no início, onde apenas algumas cidades pequenas e médias estão experimentando a tecnologia para tentar oferecer conectividade onde era muito difícil ter, com uma justificativa ainda muito baseada na inclusão digital.
O processo deve deslanchar mais quando empresas aqui no Brasil começarem a integrar soluções Mesh nacionais, ou da Tropos ou BelAir, com o objetivo claro de oferecer serviço de conectividade melhor que as operadoras estão oferecendo.
O problema é que as cidades estão tentando fazer isso com foco em serviço público e inclusão social basicamente, tentando ficar com a operação da rede. O estímulo das cidades deveria ser facilitar o surgimento de novas operadoras de Wi-Fi que possam facilitar a inclusão através da competição entre as operadoras.
Nos EUA, várias cidades já estão utilizando tecnologias Mesh para uso do serviço público e/ou ofertado para a população mediante uma taxa. No caso de São Francisco,
a Google e a Earthlink estão em processo de oferecer para o público em geral 300kbps sem custos bancados por propaganda na navegação do usuário.
O que precisamos mesmo é mais competição na operação de serviço, e não uma briga entre tecnologias para a conquista de um casamento com o orgão público.