16 março 2008

Conectividade das ERBs

Brough comenta sobre uma informação que pouca gente sabe ou acompanha sobre as estações rádio-base de celular (ERBs) que são os equipamentos e as antenas direcionais que normalmente encontramos em cima de prédios nas áreas urbanas e em torres instaladas em áreas mais abertas e que implementam a cobertura de sinal dos nossos celulares.

A informação é que a conectividade destas ERBs são normalmente 1 ou 2 links de dados T1s ou E1s (dependendo do padrão adotado), ou seja, algo entre 1,7 Mbps e 4Mbps.

Como se pode oferecer velocidades de 3G nestas condições? Até os padrões 2,5G que usamos hoje, como Edge do GSM, rapidamente podem estourar no limite desta WAN se várias pessoas usarem ao mesmo tempo seus celulares para isso.

A justificativa para esta situação nos EUA é que os direitos de acesso físico estão hoje disponíveis especialmente as operadoras fixas tradicionais, e estas só estão obrigadas a oferecer links de baixa velocidade (T1 e E1) pela FC, o que obrigaria a operadora competidora a ter que construir sua rede metropolitana de fibra sem a escala que justificaria este esforço.

Velocidades acima disso necessitariam de conectividade de fibra, o que não é atualmente regulado pelas agências reguladoras. Bough argumenta que é necessário um processo de regulação de oferecimento de fibra escura para operadoras concorrentes para permitir um desenvolvimento de competição saudável, especialmente nas novas velocidades acima de 1Mbps oferecidas pela tecnologia de celular 3G.

O Brasil está também nesta mesma situação, com uma regulação antiquada, onde as operadoras fixas não são obrigadas a oferecer uma conectividade de alta velocidade em fibra a preços razoáveis. Para competir no Brasil, nada se torna viável a não ser se você construir sua própria rede de fibras ou conseguir algum favorecimento com as operadoras que já possuem sua rede.

12 dezembro 2007

Singapura adotará separação de conectividade e prestação de serviço


Como já discuti isso em vários artigos anteriores, a forma mais inteligente de garantir a competição e permitir o crescimento da conectividade da banda larga é a separação dos negócios de infraestrutura de conectividade dos negócios de prestação de serviço de comunicações.

O exemplo da quebra da British Telecom entre estes dois negócios foi um dos primeiros e mostrou exatamente o sucesso desta iniciativa.

Brough discute neste artigo a decisão de Singapura de adotar este conceito na implantação do seu plano de rede de nova geração, mostrando que o monopólio natural ocorre exatamente dos direitos de acesso às residências e empresas, devido ao custo de instalação e manutenção e pelo longo prazo para a recuperação deste investimento.

Obrigando empresas que trabalham nos acessos a oferecerem conectividade no atacado de forma regulada para empresas prestadoras de serviço permite que todo um ecossistema seja desenvolvido com alta competitividade.

08 novembro 2007

Você pagaria $250 dólares por este telefone?



Você tem que ver que este telefone não é um telefone qualquer...

É tri-band, usa cartão SIM de qualquer operadora, e a bateria aguenta em torno de 4 dias sem recarregar.

Sem falar que é robusto, difícil de perder, se encaixa muito bem no ouvido e o som e o ring são tradicionalíssimos.


Fonte: MichiganTelephone

26 setembro 2007

Diferenciação nas operadoras VoIP apenas por preço

Alec Saunders mostra por A mais B que operadoras VoIP competindo apenas por preço com operadoras convencionais é uma estratégia perdedora em médio prazo.

Várias operadoras VoIP estão em dificuldades financeiras, em especial a maior de todas Vonage. Não bastasse a dificuldade de atrair novos clientes, a briga por propriedade intelectual com a Sprint gerou ainda mais um revés.

Alec mostra que a diferenciação tem que vir de outra coisa além de preço, pois preço é um jogo que as operadoras podem jogar também. A Skype mostra que é possível enfrentar as operadoras usando outros modelos de negócio.

31 julho 2007

Conectividade aberta no atacado sugerida pela Google não foi aprovada

A FCC foi realmente conservadora e não aceitou as principais provisões sugeridas pelo Google para a licitação das freqüências de 700MHz.

As obrigações sugeridas de aceitar qualquer uso e por qualquer dispositivo terminal foram aceitas, o que defendem pelo menos o conceito de Net Neutrality, só que a obrigação que acabaria por criar um mercado competitivo de conectividade sem fio através da obrigação de oferecer o serviço no atacado a empresas terceiras foram vistas como um favorecimento direto ao Google.

Parece que nos EUA ainda não foi desta vez que o duopólio será combatido.

30 julho 2007

Enfim o Wireless USB substituirá os cabos

O Wireless USB é a nova especificação do grupo de tecnologias USB que enfim resolve o problema do uso dos incômodos cabos.

O Wireless USB é baseada na tecnologia Ultra WideBand (UWB) e é capaz de transmitir até 480Mbps a 3 metros (equivalente ao USB 2.0) ou 110Mbps a 10 metros.

Alguns notebooks já estão sendo anunciados com suporte nativo a tecnologia, o que permitirá conexões de velocidade altas com diversos dispositivos, sem a necessidade de disputar as portas USB presentes no computador.

A primeira grande leva de produtos com certeza será dos adaptadores USB2.0 para Wireless USB e vice-versa, o que permitirá que você ligue um adaptador na sua impressora USB e outro na porta USB do seu computador atual e permita a ligação em alta velocidade sem alterar a funcionalidade existente.

A tendência é que esta tecnologia se popularize ainda mais que o USB por cabo. Provavelmente logo veremos filmadoras, home threaters, aparelhos de som, aparelhos de som de carro sem nenhum conector que não seja de alimentação exposto, mas permitindo uma infinidade de tipos de conexões sem fio e trocando informações.

Imagine transferir suas músicas de um Wireless Pen Drive para a memória interna do seu aparelho de som de seu carro sem conectar nada, ou ligar sua TV de alta definição, seu home theater, seu videogame e sua filmadora e os únicos cabos existentes sejam os de alimentação.

Para isso acontecer, só falta a popularização da tecnologia e a simplificação do hardware necessário. Para isso, a WisAir acabou de lançar um chip com toda a tecnologia integrada, o que permitirá o uso em dispositivos pequenos e consumo ainda menor de energia.

25 julho 2007

Itália também busca separação de varejo e atacado nas redes telefônicas

Continuando o assunto da postagem anterior, agora os reguladores da Itália ficaram com inveja do sucesso obtido com a separação da British Telecom em varejo e atacado e estão estudando copiar o modelo.

A idéia é obrigar a Telecom Italia a criar uma unidade de negócio com gerenciamento separado para a gestão das linhas telefônicas. Com isso, operadoras de varejo poderão oferecer telefonia, VoIP e xDSL sobre o par telefônico se utilizando da infraestrutura existente.

Alguma chance da ANATEL obrigar a Telemar/Oi, BrasilTelecom e a Telefonica permitir o uso dos pares de fios para outros ISPS? O que você acha? :-)