Mostrando postagens com marcador eua. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador eua. Mostrar todas as postagens

31 julho 2007

Conectividade aberta no atacado sugerida pela Google não foi aprovada

A FCC foi realmente conservadora e não aceitou as principais provisões sugeridas pelo Google para a licitação das freqüências de 700MHz.

As obrigações sugeridas de aceitar qualquer uso e por qualquer dispositivo terminal foram aceitas, o que defendem pelo menos o conceito de Net Neutrality, só que a obrigação que acabaria por criar um mercado competitivo de conectividade sem fio através da obrigação de oferecer o serviço no atacado a empresas terceiras foram vistas como um favorecimento direto ao Google.

Parece que nos EUA ainda não foi desta vez que o duopólio será combatido.

23 julho 2007

Google quebrará o duopólio das comunicações nos EUA?

Já comentei várias vezes que a maneira mais certa de conseguir aumentar a competição nos serviços de comunicação móveis ou fixas de voz ou de dados é a separação dos negócios de comunicação no atacado e do varejo.

Esta foi a técnica adotada pelos reguladores com a British Telecom, onde a empresa foi obrigada a ser dividida exatamente nestes termos.

Também foi o caso na França, onde os reguladores obrigaram a France Telecom vender o uso do par de fios e de espaço em suas centrais para prestadores de serviços no varejo, como a Free.

Nos EUA, o duopólio da AT&T e da Verizon come solto, com o pessoal da FCC claramente trabalhando para defender os interesses destas incumbents.

Agora aparece o espectro de 700MHz que hoje é utilizado para TV analógica e que deverá ter este uso descontinuado em 2009 para dar espaço para outras aplicações. A grande vantagem desta freqüência é o fato de ter longo alcance e ser uma faixa que atravessa muito bem obstáculos como paredes.

A FCC deseja fazer uma licitação convencional, oferecendo as tradicionais empresas de telefonia o seu uso. Já a Google está fazendo lobby para conseguir que a freqüência seja utilizada de forma não discriminatória e aberta para competição.

As operadoras convencionais provavelmente desejarão ganhar a licitação para evitar que apareçam competidores e que possa preservar a rentabilidade do duopólio estabelecido.

A idéia da Google é exatamente conseguir que a FCC adote uma metodologia que está dando certo em alguns lugares do mundo, a separação do negócio de comunicação no atacado do negócio do varejo. A empresa que ganhar a licitação seria impedida de oferecer serviços a clientes finais e seria obrigada a oferecer conectividade no atacado para outras prestadoras de serviços especializadas no varejo.

A FCC está argumentando que a adoção de regras restritivas na licitação, reduzirá a atratividade do negócio para as operadoras, e que por isso seria contrário ao interesse da sociedade de viabilizar e rentabilizar o Estado com a licitação.

Agora o Chairman da Google Eric Schmidt fez uma oferta para a FCC que não pode recusar: a Google oferecerá no mínimo $4,6 bilhões de dólares para participar desta licitação, desde que as exigências de abertura da rede sejam definidos pela FCC para qualquer dos ganhadores da licitação.

Isto destrói o argumento de que não haveria interessados na licitação caso a FCC definisse regras restritivas sobre o ganhador da licitação, colocando a FCC numa situação difícil de ter que escolher o melhor para sociedade em vez de defender os interesses dos lobbistas.

Os EUA caminham para uma situação inusitada: interesses corporativos de uma empresa (a Google) estão tentando forçar o governo a caminhar para uma situação de maior competição.