31 outubro 2005

VoIP é ruim, telefonia fixa/móvel também é...

Richard Stastny novamente escreve um artigo crítico sobre a situação colocada pelo VoIP sobre a telefonia convencional.

Ele começa observando que será impossível regular a futura telefonia. A tecnologia vai permitir que qualquer obstáculo regulatório seja superado pelos próprios clientes. A competição pura deverá ser a regulação.

Uma crítica interessante é a de que o nível de robustez da telefonia fixa e móvel degradou bastante nas últimas décadas, onde as centrais telefônicas evoluíram para digital e CPAs com o custo menor mas também menos segura.

Enquanto isso, a telefonia VoIP só tem evoluído devido ao aumento da banda disponível na Internet e pelo desenvolvimento de codecs de áudio melhores que o A-Law usados na telefonia TDM.

Outro ponto discutido é a provável evolução da central local para algo como um ATA (ou devolução?), o que seria a melhor alternativa possível para barateamento dos custos das operadoras. Com isso os assinantes passariam para IP o mais cedo possível.

Entretanto ele conclui que o cliente pode ainda assim não aceitar este ATA por não permitir este cliente participar dos novos paradigmas de VoIP 2.0 (presença, IM, vídeo, mobilidade, etc).

Quem vai montar redes metropolitanas de rede sem fio?

Esta é uma pergunta interessante, e provavelmente você responderia que seria ou uma operadora de celular oferecendo dados ou um provedor de Internet que deseja usar outra tecnologia de acesso.

E como fazer esta implementação? Provavelmente usando tecnologia Mesh que permite distribuição de sinal com pouco cabeamento ou usando a tecnologia do WiMax.

Entretanto a empresa que hoje possui a maior vantagem competitiva para isso são as operadoras de TV a Cabo.

Para elas, bastaria colocar gateways entre o cabo (por DOCSIS) e WiFi e espalhar nos postes em que já colocam os equipamentos de distribuição de sinal de vídeo.

29 outubro 2005

VoIP já é irreversível e telefonia não será mais a mesma

Todos os comentários na Futurecom já davam como favas contadas o fato que VoIP está afetando o mercado e que não há alternativa a esta tecnologia.

Rich Tehrani em seu blog final sobre a ITEXPO (Internet Telephony Expo) que foi quase concomitante a Futurecom comentou exatamente isto, que já é uma unanimidade que VoIP será a próximo passo.

Aqui na Futurecom os fornecedores de equipamentos e serviços apresentavam como única alternativa para as operadoras apenas o IMS, que não deixa de ser o ISDN ou BISDN reinventado sobre SIP e conceitos de presença.

Resta saber se o cliente vai encontrar alguma coisa com o IMS, afinal de contas é ele que tem que ser atendido, e não as operadoras. O IMS é um instrumento que preserva o bundling de conectividade com serviço, e o cliente está se acostumando com o unbundling provocado pelo VoIP.

27 outubro 2005

Telefonia fixa no Brasil vai morrer?

Acabei de participar do congresso na Futurecom e a impressão que ficou foi esta mesmo.

Choradeira geral de que a taxa de retorno do negócio está a 7%aa enquanto o custo de capital está em 15%aa e que desta maneira não vão poder continuando a investir no negócio.

Também comentam que a receita de voz é de algo como 70% da receita total e que a competição provocada pelo celular e pelo VoIP está fazendo cair esta receita devido à disputa por preço e pelo abandono do uso da linha fixa.

O faturamento em negócios novos como ADSL (ou um futuro Triple Play) não conseguem recuperar a margem que está sendo perdida e a visão apresentada é que a ANATEL tem que mostrar um futuro para estas operadoras.

O exemplo europeu mostra que nem a ANATEL vai salvar a rentabilidade do negócio de telefonia fixa, e que as empresas terão que aprender reduzir seus custos em uma ordem de grandeza para poder continuar a existir.

O próprio ex-chairman da FCC americana comentou sobre este assunto e comentou que a oportunidade que se apresenta para as fixas agora é a popularização do ADSL para as classes de mais baixa renda e não mais considerar como um serviço de valor adicionado.

Pelo jeito a ANATEL está dizendo para a telefonia fixa se virar, o que é bom em pelo menos num sentido: a reinvenção destas empresas que terá que acontecer nos próximos anos poderá ser o maior instrumento de inclusão digital para a nossa sociedade.

22 outubro 2005

Acesso, diretório e aplicações serão separados, as Teles não terão chance

Richard Stastny escreveu um artigo interessante especulando o que acontecerá com o serviço de comunicação nos próximos anos.

Os elementos que compõem hoje o negócio de comunicação por telefonia se compõem do acesso, o diretório e as aplicações, e as forças competitivas estão isolando estes elementos de acordo com as vantagens competitivas que cada elemento pode desenvolver.

O acesso por natureza é um serviço local, que exige especialização sobre a localidade.

Já o diretório e as aplicações não necessitam de amarração local, conseguindo o melhor ganho de escala através de atuação global.

O serviço de diretório e de aplicações estão em pleno processo de consolidação, como o artigo do Stastny está descrevendo.

Os principais players deste processo parecem ser o eBay/Skype, o Google, e a Yahoo. Observem que estes players estão desenvolvendo através de formas diferentes os conceitos de diretório e aplicação, mas a meta final é comum: facilitar a comunicação e intermediar negócios.

Neste processo, a voz (no caso VoIP) é apenas a base de suporte ao processo, e é por isso que os três tem disponibilizado este serviço sem custo.

Stastny conclui o artigo com uma provocação: se as Teles ficarão apenas com o negócio local de acesso, a maldição de trabalho do tipo chinês cairá sobre os empregados das mesmas. :-)

13 outubro 2005

Web 2.0 para CRM

Salesforce.com é uma das primeiras empresas a oferecer um serviço completo de CRM remoto pela Web. Em vez de você gastar tempo e recursos em preparar equipamentos e pessoal para montar sistemas de banco de dados e softwares de CRM você adquire uma assinatura de um serviço prestado pela Web usando apenas um browser.

Ainda é um conceito revolucionário por remover a posse das empresas das suas ferramentas de funcionamento e depender da acessibilidade pela Internet para que qualquer coisa possa acontecer na empresa, mas nos 6 anos de vida da empresa várias pequenas e médias empresas já implementaram este sistema.

Agora o CEO da Salesforce.com está implementando uma extensão desta idéia, a AppExchange.

A AppExchange criaria o conceito de mercado de aplicações por Web Services, algo como um eBay (aqui seria o MercadoLivre) de prestação de serviços remotamente para empresas.

Este sistema permitiria o desenvolvimento de todo um ecossistema de prestação de serviços virtuais onde desenvolvedores ao redor do mundo poderão resolver problemas para as empresas sem que as empresas tenham que necessáriamente comprar e instalar software.

Obviamente o processo de mudança será lento, mas é possível prever que o mercado de software em caixinhas não será mais o mesmo daqui para frente.

10 outubro 2005

O que é Web 2.0

Tim O'Reilly escreveu um artigo compreensivo descrevendo o conceito emergente sendo chamado hoje de Web 2.0. Web 2.0 é o nova bolha de especulação sendo desenvolvida nos EUA onde muita gente vai acabar perdendo dinheiro. :-)

A transição de Web 1.0 para Web 2.0 significa:
  • DoubleClick --> Google AdSense
  • Ofoto --> Flickr
  • Akamai --> BitTorrent
  • mp3.com --> Napster
  • Britannica Online --> Wikipedia
  • websites pessoais --> blogs
  • evite --> upcoming.org e EVDB
  • chutar o nome dos sites --> otimização gerada pelo site de busca
  • páginas acessadas --> custo por click
  • colagem de telas --> serviços web
  • publicação --> participação
  • sistemas de gerenciamento de conteúdo --> wikis
  • diretórios (taxonomia) --> marcação por tags (ver Google Mail)
  • auto apelo --> associações livres (RSS)
Ou seja, a experiência Web passa a ser focado muito mais na pessoa, tornando a experiência de relacionamento pela Internet mais amigável e não intrusiva. A base dos novos serviços Web 2.0 serão:
  1. A Web como a plataforma;
  2. Geração de valor com base da inteligência coletiva;
  3. Os dados nas bases de dados serão o diferencial competitivo, não mais os motores de uso dos mesmos;
  4. Fim do ciclo de desenvolvimento de software (plataforma Web não envolve instalação);
  5. Motores Webs leves, ou seja, oferecer diferenciais específicos e não a aplicação completa;
  6. Não mais amarrado a ser usado apenas num PC;
  7. Experiência Web rica, baseado em conceitos AJAX.

04 outubro 2005

Embratel incorpora Net e planeja VoIP residencial

A Embratel anunciou a incorporação de parte da Net e anuncia que prepara para oferecer telefonia VoIP sobre o cabo até o final do ano.

Com isso, as duas operadoras de TV a cabo estarão competindo com a empresa de telefonia fixa e caminhando para a derrocada da lucratividade de enterrar cobre até as casas apenas para telefonia.