26 março 2007

Prefeituras autorizadas a operar Wi-Fi

Depois de tantos fatos consumados, a ANATEL agora arranjou um jeitinho para considerar este modo de operação como legal.

Ainda não é possível que a prefeitura possa obter alguma remuneração pelo serviço, o que obriga as prefeituras oferecer o serviço apenas de graça para a população, mas que é exatamente a melhor forma de facilitar a inclusão digital nas pequenas cidades.

A gambiarra parece que envolveu buscar algum subterfúgio para a legalização e então arranjaram um tal de serviço limitado privado para que as prefeituras não precisem montar empresa de capital privado ou misto para operar uma licença de comunicação multimídia (SCM).

Pelo jeito isto é que é maneira de implementar política pública no Brasil...

12 março 2007

Skype Prime, 0900 do Skype

Não muito tempo atrás (até 1997/1998) convivíamos com o serviço 0900 oferecido pelas teles. O preço das chamadas era muito superior e permitia que um terceiro prestasse serviços e que fosse remunerado pela operadora, algo como 30% do custo da ligação. As reclamações e as ações judiciais foram tantas que o serviço acabou sendo desativado no Brasil.

Agora a Skype está se preparando (em beta test) para oferecer este mesmo serviço em nível global, onde quem liga paga com créditos pré-pagos do Skype e quem recebe é remunerado pelo paypal.

Todas as chamadas iniciam como grátis e então vão para pagas se e quando o chamador confirmar a taxa que o chamado deseja cobrar.

As taxas cobradas pelo Skype podem ser baseadas em tempo, de $0,50 a $2,50 dólares por minuto ou podem ser de $0,50 até $12,00 por chamada.

Os 0900 normalmente eram utilizados para serviços bastante populares como telesexo, sorteios, piadas e teleamizade, só que no caso do Skype será muito mais fácil qualquer um se tornar prestador de serviços por voz, e um mecanismo de ranking tipo mercadolivre avalie os serviços, o que faz com que muitos acreditem que o desenvolvimento de milhares de pequenos serviços profissionais bem remunerados mais sérios apareçam na cauda longa.

08 março 2007

DSL ainda crescendo no mundo

Informações interessantes sobre instalação de ADSL no mundo recentemente enviadas pela DSL PRIME:
  • 2005: 72,6M portas DSLAM, 51M CPEs, 41M novos clientes, totalizando 141M.
  • 2006: 85,9M portas DSLAM, 58M CPEs, about 40M novos clientes, totalizando 181M.
Preço por porta dos DSLAMs caíram de $54 para $49, com vendas de $4,1B em 2005 e $4,2B em 2006. Modems simples caíram de $29,50 para $27, gateways de $66 para $58. Vendas de CPEs foram de $2,3B para $2,5B.

Na venda de DSLAMs, Ericsson cresceu fortemente atingindo terceiro lugar, logo após Alcatel e Huawei. Thomson vence em CPEs, com vendas subindo de $300M par $500M, muito acima da antiga líder Siemens.

A penetração na China está crescendo mais rapidamente que na Europa, que pela sua vez está adicionando mais DSL e casas com broadband que os EUA. Já Japão e Coréia estão perdendo usuários DSL para fibra.

Na França a competição no broadband come solta

Já tinha comentado sobre a rede FTTH da Iliad/Free que iria oferecer 50Mbps por 30 Euros.

Agora é a vez da Neuf anunciar que cobrirá a aposta oferecendo em Paris por 30 Euros por mês um serviço que inclui 50 Mbps simétrico, telefonia (ligações locais e para 30 outros países ilimitadas), canais de TV, e video on demand.

07 março 2007

Defesa da posse pública dos meios de distribuição do broadband nas cidades

Continuando o tema da última postagem sobre o envolvimento do governo na garantia da disponibilização do broadband para toda a população, este paper faz uma defesa bem argumentada deste envolvimento baseado nas experiências da construção de infraestruturas como estradas e água encanada.

Os argumentos apresentados:
  1. Redes de informação de alta velocidade são infraestrutura pública básica: da mesma forma que estradas permitem deslocamento físico, redes permitem deslocamento virtual. E a situação de ter que montar redes de fibra não é muito diferente do envolvimento governamental que aconteceu para a disponibilização do par de fios do telefone no século passado;
  2. Propriedade pública garante competição: uma rede de propriedade pública (especialmente uma rede passiva ótica) com acesso aberto encoraja a entrada de competidores;
  3. Redes de propriedade pública podem gerar receita para o governo: o investimento em redes óticas passivas é relativamente baixo e com retorno rápido (em torno de 2 anos, segundo experiências em outros países). O governo pode obter receita recorrente sobre quem se utilizar da infraestrutura e ainda pode se utilizar da mesma sem custos;
  4. Propriedade coletiva pode garantir acesso universal: estradas, água encanada, esgoto e calçadas públicas conectam todos sem discriminação. Propriedade privada tende a privilegiar apenas as maiores fontes de receita;
  5. Propriedade coletiva pode garantir redes não discriminatórias: estratégias de controle de tráfego para maximizar rentabilidade podem ser desincentivadas pelas estratégicas públicas e pela maior competição.

06 março 2007

Se os nossos governantes fossem assim?

O governador de Vermont (EUA) anunciou que pretende transformar seu estado no primeiro estado americano totalmente coberto por broadband.

Ele comenta que esta empreitada será a plataforma para o crescimento da economia e para a criação de empregos para cada setor da economia por muitos anos a frente.

“We would be the first state where every community redefines civic involvement with local blogs, online forums and real local content. The first state where every classroom has its own wiki and every student can access the library at Oxford, tour the Louvre or converse with a peer halfway around the world -- all from their rural home in the mountains of Vermont."

01 março 2007

A parte passiva das redes broadband precisam do apoio do governo

O regulador de telecom da França entende do assunto de implantação de futuro de broadband pervasivo na sociedade: É absolutamente necessário o envolvimento do governo para criar as condições de compartilhamento de forma justa de uma estrutura de rede passiva (fibra apagada, por exemplo) entre empresas prestadoras de serviços de telecomunicação em competição saudável.

O maior custo de redes de acesso de alta velocidade é o custo da estrutura passiva, algo como 70% a 80%, e o custo de engenharia civil é quase 50% deste custo.

A maior parte disso não depende da quantidade de fibras que serão instaladas e muitas vezes podem ser efetuadas junto de manutenções de outras redes das cidades, como de energia elétrica ou de água.

Considerando isso, as economias de escopo e a igualdade de condições de competição só serão realizadas através da posse compartilhada desta infraestrutura passiva.