Uma das vantagens de poder iniciar uma empresa é ter a liberdade de adotar as tecnologias, processos, ideais e conceitos que os empreendedores entendem como mais importantes para a empresa.
E está sendo muito gratificante poder adotar na Ahgora os conceitos que acreditamos mais interessantes para incutir como valores da empresa e permitir a empresa desempenhar da melhor maneira que acreditamos possível.
Nestas últimas semanas estamos implementando o gerenciamento do fluxo de desenvolvimento através de Kanban visual e com post-it, e está sendo uma experiência interessante: as pessoas rapidamente percebem o progresso e o sucesso do projeto olhando a evolução, e se envolvem diretamente para avaliar os escopos das unidades de valor, reorganização do próprio kanban e reorganização e repriorização contínua dos itens em backlog.
Este é o nosso quadro de Kanban que está valendo nesta semana.
Dois fluxos estão visíveis: Desenvolvimento de Software propriamente dito e Marketing/Design.
Dá para observar na foto que acabamos organizando o Kanban de maneira que a evolução do WIP (atividade em andamento) caminha para linhas diferentes: o desenvolvimento de software vai para teste de desenvolvimento seguido de teste de usabilidade, já o MKT/Design caminha para uma etapa de aprovação.
Kanban é isso mesmo, o objetivo é conseguir manter um fluxo contínuo de geração de valor e que precisamos continuamente nos reorganizar para maximizar o desempenho deste fluxo.
As limitações de quantidade de itens em WIP não estão ainda do quadro porque estamos ainda tentando achar um valor apropriado para cada fase.
Não queria deixar a amarração a priori para que a equipe pudesse experimentar os excessos e descobrir naturalmente os limites mais saudáveis.
E não demorou muito esta descoberta. Em três dias, chegou a juntar uns seis itens no WIP e acabei escutando de uma pessoa da equipe que para melhorar a eficiência precisamos botar um limite de três lá... Este tipo de coisa não tem preço: a exposição visual das atividades induziu intuitivamente nas pessoas a percepção de que não vale começar outra coisa sem terminar outra em andamento.
A nossa equipe é pequena e nova, e a gestão visual do Kanban nos está parecendo perfeita para o nosso caso. O envolvimento, aprendizado e crescimento de maturidade dão um salto gigantesco em apenas algumas semanas de operação.
Opinião sobre a área de tecnologia, de comunicações digitais, empreendedorismo, motivação, fotografia, e qualquer outro assunto da hora...
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05 maio 2010
10 outubro 2009
Ágiles2009 em Florianópolis deu um banho
Uau! A Conferência Latino-Americana de Sobre Metodologias Ágeis Ágiles2009 foi muito melhor do que eu esperava. Várias apresentações muito interessantes e uma oportunidade de ouro de conhecer as pessoas da região que realmente se importam com desenvolvimento de software.
Brian Marick começou com um keynote interessante discutindo como a esposa dele, que é veterinária, ensina a prática para os estudantes. Ele explicou sobre a metodologia de documentação SOAP (Subjective Objective, Assessment and Plan) para acompanhamento dos animais e como é difícil transferir a noção subjetiva para estes estudantes. Brian argumentou que os desenvolvedores de software precisam se espelhar nas experiências de transferência da habilidade de outras profissões.
Alisson Vale matou a pau tentando passar uma quantidade absurda de informação em 45 minutos explicando Kanban desde o começo. É incrível que mesmo assim tenha conseguido deixar todos bem embasados nesta reinterpretação do Lean que é o Kanban.
Thomas Looy fez uma apresentação espetacular mostrando num exemplo prático o efeito de não respeitar o TOC (teoria das restrições) e trabalhar com acúmulo de WIPs por tentar maximizar um desempenho local. É basicamente o segredo do Lean: otimização local gera desperdício, e deixar pessoas ociosas as vezes é mais econômico que fabricar estoque de trabalho inacabado.
Thomas ainda disse umas 10 vezes: "é essencial a gestão visual". Todos tem que ter como ver o Kanban. O Kanban é que vai mostrar os WIPs e as ineficiências.
Alexandre Magno e Manoel Pimentel fizeram um bate-bola sobre as dificuldades das implantações de Scrum e XP. Comentaram bastante da dificuldade de mudar a cultura da empresa e do mercado para aceitar os preceitos e deu para ver que a dificuldade de mudar as organizações é um problema muito sério que está gerando frustrações aos consultores e desenvolvedores em geral.
O Keynote do final de quinta foi de Roy Singham transformando a causa dos agilistas numa cruzada moral que mudará o mundo e o transformará num mundo melhor, onde a lógica do capitalismo e do controle cartesiano das organizações estarão mais sobre controle. Meteu pau nas montadoras de carros americanas e disse para espelharmos na Toyota para prepararmos a nossa revolução.
A paixão de Ray é contagiante por causa da paixão que ele transpira... Tão contagiante que por pouco não saí marchando para enviar meu currículo para a ThoughtWorks no instante final que ele anunciou a montagem do escritório em Porto Alegre. :-) Adorei o cara...
Um caso interessante disso foi a apresentação do Tiago Garcez discutindo as diversas concessões para tentar viabilizar o desenvolvimento ágil da parte de TI da Belgian Post que, mesmo depois de um período de relativo sucesso, uma mudança de diretoria parece querer a volta do Waterfall e da ilusão de controle. A frustração é evidente...
Para contrabalançar, David Hussman deu uma palestra excepcional destruindo os dogmas que estão se enraizando na comunidade de desenvolvimento ágil e a preocupação de viabilizar o processo de mudança. Insistiu bastante que a ortodoxia não deveria ter espaço e que a mudança tem que ter foco nas pessoas, sejam os desenvolvedores ou seus gestores.
David falou bastante da construção do "groove" que pode caber na sua empresa: olhar de longe e perceber o que o grupo tá precisando para ser mais ágil e ajudar o grupo nesta mudança escolhendo um ou outro item por vez que provoque o maior retorno possível ao grupo em pouco tempo.
A metáfora do "groove" é poderosa e ele compara com a construção de um ambiente para que uma banda consiga compor e tocar num ambiente confortável e acolhedor para a banda. E como ele tocou numa banda por cerca de 10 anos, pode falar com propriedade sobre a semelhança destas situações.
O painel final fechou a conferência de forma muito legal. Marick, Larsen, Hussman, Singham, Kerievsky e Samuel Crescêncio discutiram sobre a experiência da conferência aqui na América do Sul e da oportunidade que temos para participar desta experiência mundial da briga pelo Lean e Ágil. Reclamaram que o Ricardo Semler é uma referência lá fora por causa do livro "Maverick" e que é considerado um agilista corporativo e que nós aqui no brasil quase não damos valor.
Discutiram um monte novamente sobre a dificuldade de mudança das organizações, levando o Brian Marick a mandar todo mundo se liberar da escravidão e montar empresas de 12 pessoas escrevendo aplicações hospedadas de RubyOnRails... Caí na gargalhada com todo mundo lá... :-)
Parece que o Ágiles2010 vai ser em Perú em Lima... Pô, é longe... Mas quem sabe... :-)
Brian Marick começou com um keynote interessante discutindo como a esposa dele, que é veterinária, ensina a prática para os estudantes. Ele explicou sobre a metodologia de documentação SOAP (Subjective Objective, Assessment and Plan) para acompanhamento dos animais e como é difícil transferir a noção subjetiva para estes estudantes. Brian argumentou que os desenvolvedores de software precisam se espelhar nas experiências de transferência da habilidade de outras profissões.
Alisson Vale matou a pau tentando passar uma quantidade absurda de informação em 45 minutos explicando Kanban desde o começo. É incrível que mesmo assim tenha conseguido deixar todos bem embasados nesta reinterpretação do Lean que é o Kanban.
Thomas Looy fez uma apresentação espetacular mostrando num exemplo prático o efeito de não respeitar o TOC (teoria das restrições) e trabalhar com acúmulo de WIPs por tentar maximizar um desempenho local. É basicamente o segredo do Lean: otimização local gera desperdício, e deixar pessoas ociosas as vezes é mais econômico que fabricar estoque de trabalho inacabado.
Thomas ainda disse umas 10 vezes: "é essencial a gestão visual". Todos tem que ter como ver o Kanban. O Kanban é que vai mostrar os WIPs e as ineficiências.
Alexandre Magno e Manoel Pimentel fizeram um bate-bola sobre as dificuldades das implantações de Scrum e XP. Comentaram bastante da dificuldade de mudar a cultura da empresa e do mercado para aceitar os preceitos e deu para ver que a dificuldade de mudar as organizações é um problema muito sério que está gerando frustrações aos consultores e desenvolvedores em geral.
O Keynote do final de quinta foi de Roy Singham transformando a causa dos agilistas numa cruzada moral que mudará o mundo e o transformará num mundo melhor, onde a lógica do capitalismo e do controle cartesiano das organizações estarão mais sobre controle. Meteu pau nas montadoras de carros americanas e disse para espelharmos na Toyota para prepararmos a nossa revolução.
A paixão de Ray é contagiante por causa da paixão que ele transpira... Tão contagiante que por pouco não saí marchando para enviar meu currículo para a ThoughtWorks no instante final que ele anunciou a montagem do escritório em Porto Alegre. :-) Adorei o cara...
Um caso interessante disso foi a apresentação do Tiago Garcez discutindo as diversas concessões para tentar viabilizar o desenvolvimento ágil da parte de TI da Belgian Post que, mesmo depois de um período de relativo sucesso, uma mudança de diretoria parece querer a volta do Waterfall e da ilusão de controle. A frustração é evidente...
Para contrabalançar, David Hussman deu uma palestra excepcional destruindo os dogmas que estão se enraizando na comunidade de desenvolvimento ágil e a preocupação de viabilizar o processo de mudança. Insistiu bastante que a ortodoxia não deveria ter espaço e que a mudança tem que ter foco nas pessoas, sejam os desenvolvedores ou seus gestores.
David falou bastante da construção do "groove" que pode caber na sua empresa: olhar de longe e perceber o que o grupo tá precisando para ser mais ágil e ajudar o grupo nesta mudança escolhendo um ou outro item por vez que provoque o maior retorno possível ao grupo em pouco tempo.
A metáfora do "groove" é poderosa e ele compara com a construção de um ambiente para que uma banda consiga compor e tocar num ambiente confortável e acolhedor para a banda. E como ele tocou numa banda por cerca de 10 anos, pode falar com propriedade sobre a semelhança destas situações.
O painel final fechou a conferência de forma muito legal. Marick, Larsen, Hussman, Singham, Kerievsky e Samuel Crescêncio discutiram sobre a experiência da conferência aqui na América do Sul e da oportunidade que temos para participar desta experiência mundial da briga pelo Lean e Ágil. Reclamaram que o Ricardo Semler é uma referência lá fora por causa do livro "Maverick" e que é considerado um agilista corporativo e que nós aqui no brasil quase não damos valor.
Discutiram um monte novamente sobre a dificuldade de mudança das organizações, levando o Brian Marick a mandar todo mundo se liberar da escravidão e montar empresas de 12 pessoas escrevendo aplicações hospedadas de RubyOnRails... Caí na gargalhada com todo mundo lá... :-)
Parece que o Ágiles2010 vai ser em Perú em Lima... Pô, é longe... Mas quem sabe... :-)
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