10 janeiro 2006

Será que a história da energia elétrica se repetirá com o broadband?

Veja a história de algumas empresas de energia elétrica aqui do Brasil:
A fusão que deu origem à CPFL envolveu as seguintes pequenas empresas de eletricidade que atuavam no interior paulista: Empresa Força e Luz de Botucatu (Botucatu), Força e Luz de Agudos/Pederneiras (Agudos e Pederneiras), Força e Luz São Manoel (São Manoel) e Companhia Elétrica do Oeste de São Paulo (Dois Córregos).
Essas quatro empresas foram extintas alguns anos após a incorporação definitiva pela CPFL. Os primeiros anos da CPFL se confundem com a trajetória de empreendedores paulistas como Manfredo Antônio da Costa, José Balbino de Siqueira, Joaquim Mário de Souza Meirelles e Francisco Machado de Campos, os verdadeiros fundadores, que iniciaram a tarefa de tornar realidade a iluminação das ruas, casas e a movimentação de motores, com a eletricidade gerada nas usinas hidrelétricas.
O aparecimento das empresas geradoras de energia elétrica no interior paulista permitiu acelerar o desenvolvimento em São Paulo, sem paralelo em outros Estados brasileiros.
No Paraná, o primeiro esforço para a eletrificação ocorreu em 9 de setembro de 1890, quando o presidente da Intendência Municipal de Curitiba, Dr. Vicente Machado, assinou contrato com a Companhia de Água e Luz do Estado de São Paulo, para iluminar a cidade com "uma força iluminativa de onze mil velas". Baseada nesse contrato e com uma concessão de 20 anos, a Companhia instalou a primeira usina elétrica do Paraná num terreno próximo à antiga estação ferroviária, localizada atrás do então Congresso Estadual (hoje, Câmara Municipal de Curitiba).
Em 1º de fevereiro de 1943, através do Decreto-Lei Estadual nº 328, foi criada a Comissão Estadual de Energia Elétrica- CEEE, então subordinada à Secretaria de Estado dos Negócios das Obras Públicas, com o objetivo de prever e sistematizar, em plano geral, para todo o Estado, o aproveitamento de seus potenciais hidráulicos em conexão com suas reservas carboníferas.
Em 1945, a CEEE lançou-se à programação de obras de eletrificação, constituída de pequenas usinas hidrelétricas formadoras do mercado e preparadoras de pessoal. 0 programa foi apresentado ao Conselho Nacional de Águas e Energia e à Divisão de Águas do Ministério da Agricultura, que aprovam o acordo com os Decretos nº 18.318, de 6 de abril de 1945, e 19.896, de 29 de outubro de 1945.
Em 4/08/1946, numa tentativa de utilização de capital privado foi criada, através do Decreto-Lei Estadual nº 2060, a União Rio-Grandense de Usinas EIétricas S/A - URGUE.
Em 9/11/1946, pelo Decreto Lei nº 1252, foi restaurada a vigência do Decreto Lei nº328, de 01/02/1943, pelo prazo em que se fizessem necessários os serviços da Comissão Estadual de Energia Elétrica- CEEE.
Em 21/03/1947, pelo Decreto-Lei nº 1392, a CEEE passou a ser subordinada diretamente ao Governo do Estado.
A Centrais Elétricas de Santa Catarina – Celesc, foi criada em dezembro de 1955 pelo decreto estadual nº 22, assinado pelo governador Irineu Bornhausen. Até a metade do século, as necessidades energéticas do estado eram supridas por pequenos e médios sistemas elétricos regionalizados, geralmente mantidos pela iniciativa privada.
Ainda na primeira década do século, por exemplo, Blumenau já dispunha de um rudimentar sistema de iluminação pública. Lá, a Usina Hidrelétrica Salto Weissbach, datada de 1916, significou uma evolução dos pequenos geradores mantidos pelo espírito empreendedor dos imigrantes desde a virada do século. A Usina Salto foi definitiva para a extraordinária expressão industrial de todo o Médio Vale do Itajaí.
1934: Promulgado pelo Presidente Getúlio Vargas o Código de Águas, assegurando ao poder público a possibilidade de controlar rigorosamente as concessionárias de energia elétrica.
1939: O presidente Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Águas e Energia - CNAE para sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do país.
1952: Criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE para atuar nas áreas de energia e transporte.
Esta história toda mostrou um padrão mais ou menos uniforme:
  • até a virada para o século 20 uns malucos aficcionados e com dinheiro brincavam com a tecnologia;
  • no início do século passado, empreendedores visionários usaram seu dinheiro para construir empresas que iluminariam suas cidades e abasteceriam as indústrias;
  • na década de trinta o governo começou a botar ordem na casa para organizar e disseminar a energia elétrica;
  • e na década de cinquenta o Estado começou realmente a torrar dinheiro para a eletrificação do país.
Ou seja, 50 anos para entender que o investimento e/ou involvimento do Estado na infraestrutura é determinante para o sucesso econômico do país.

Esperamos que os exemplos da Coréia do Sul, Japão, França e Inglaterra ajudem a entender que estamos perdendo oportunidade de favorecer o Brasil na competição global.

Um comentário:

Anônimo disse...

hello!!!!!!! nice blog!!!!