Brough comenta sobre uma informação que pouca gente sabe ou acompanha sobre as estações rádio-base de celular (ERBs) que são os equipamentos e as antenas direcionais que normalmente encontramos em cima de prédios nas áreas urbanas e em torres instaladas em áreas mais abertas e que implementam a cobertura de sinal dos nossos celulares.
A informação é que a conectividade destas ERBs são normalmente 1 ou 2 links de dados T1s ou E1s (dependendo do padrão adotado), ou seja, algo entre 1,7 Mbps e 4Mbps.
Como se pode oferecer velocidades de 3G nestas condições? Até os padrões 2,5G que usamos hoje, como Edge do GSM, rapidamente podem estourar no limite desta WAN se várias pessoas usarem ao mesmo tempo seus celulares para isso.
A justificativa para esta situação nos EUA é que os direitos de acesso físico estão hoje disponíveis especialmente as operadoras fixas tradicionais, e estas só estão obrigadas a oferecer links de baixa velocidade (T1 e E1) pela FC, o que obrigaria a operadora competidora a ter que construir sua rede metropolitana de fibra sem a escala que justificaria este esforço.
Velocidades acima disso necessitariam de conectividade de fibra, o que não é atualmente regulado pelas agências reguladoras. Bough argumenta que é necessário um processo de regulação de oferecimento de fibra escura para operadoras concorrentes para permitir um desenvolvimento de competição saudável, especialmente nas novas velocidades acima de 1Mbps oferecidas pela tecnologia de celular 3G.
O Brasil está também nesta mesma situação, com uma regulação antiquada, onde as operadoras fixas não são obrigadas a oferecer uma conectividade de alta velocidade em fibra a preços razoáveis. Para competir no Brasil, nada se torna viável a não ser se você construir sua própria rede de fibras ou conseguir algum favorecimento com as operadoras que já possuem sua rede.