29 janeiro 2007

A influência do governo Francês na implementação de FTTH

Na MuniWireless há um resumo interessante de um artigo de uma reguladora de telecom francesa sobre o compartilhamento de redes passivas óticas para a implementação de redes FTTH em áreas mediamente ou densamente povoadas, com ênfase no caso da implantação na França.

Elementos principais:
  • é necessária coordenação do governo para manter um ambiente regulado e de concorrência saudável;
  • é necessária a isolação do negócio de conectividade no atacado, para não permitir a monopolização do acesso por uma operadora vertical;
  • 70% a 80% do custo é a implementação da conectividade ótica passiva, e a maior parte é devido aos custos de engenharia civil;
  • compartilhamento de infraestrutura é chave para a implementação de operadoras de conectividade no atacado, bastando apenas que a engenharia civil seja compartilhada e várias operadoras possam implantar suas fibras nas mesmas empreitadas.

22 janeiro 2007

Om Malik observa redução de 23% de linhas fixas nos EUA entre 2001 e 2006

Om Malik anuncia que a nova promoção da AT&T de oferecer ligações gratuitas de móvel para fixo dentro da rede da operadora é uma tentativa de recuperar a relevância das linhas fixas.

O número mais impressionante é a redução de 23% das linhas fixas ativas entre 2001 e 2006 numa queda relativamente contínua, mostrando a tendência de abandono do uso da linha fixa para o móvel ou para IM, VoIP ou e-mail.

Nesta tendência, em 2010 metade das linhas fixas de 2001 estariam fora de uso.

Outro ponto observado é que juntando os minutos falados dos fixos e dos móveis, nos últimos 5 anos houve uma redução de 15% do uso. Uma possibilidade é que o IM/VoIP/e-mail está ganhando espaço e/ou ainda seja reflexo do desligamento das linhas de acesso a Internet discada.

De qualquer maneira, o anúncio é de alto impacto. Algo como 100 milhões de linhas fixas e móveis da AT&T passarão a ligar sem custo, com certeza levando milhares de consumidores a trocarem as operadoras concorrentes para a monopolista AT&T.

Sem falar que o preço de mercado da ligação telefônica fica cada vez mais próximo do seu custo, que é muito próximo de zero.

02 janeiro 2007

QoS na Internet? Nunca!

Ou melhor, sempre! :-)

Na verdade, QoS, a sigla que representa qualidade de serviço (Quality of Service) sempre foi considerada a única maneira possível de implementar transporte seguro e de qualidade de comunicação em tempo real multimídia, como a nossa telefonia convencional.

Várias empresas tentaram desenvolver modelos de negócios para cobrar um premium pelo serviço de melhor qualidade, mas nestas últimas décadas nada conseguiu surgir.

A plataforma IMS, que está sendo definida pelas empresas de telefonia celular e fixa como o futuro das redes de comunicação multimídia implementa QoS nativamente, na esperança de que os usuários pagem mais pelo serviço onde a voz, imagem, etc. é priorizada.

Provavelmente vai falhar da mesma maneira como as outras iniciativas.

Brough Turner publicou um artigo muito interessante listando as principais referências sobre como o futuro reserva um mundo onde o serviço "Best Effort" é tudo o que todo mundo precisa para a grande maioria das aplicações da Internet, e que o QoS é atualmente necessário apenas nas redes de acesso a Internet, devido as ainda as relativas baixas velocidades do ADSL e do Cabo.

Com um acesso de 100Mbps, como já é possível adquirir na Coréia do Sul por preços razoáveis, quem precisará priorizar algum tráfego? HDTV mal chega a 30Mbps.