A operadora de VoIP Jajah disponibilizou um software que pode revolucionar a cometição nas tarifas de celular.
Hoje ela anunciou um software para ser instalado no seu celular que permite que você inicie chamadas através do mecanismo do Jajah de forma relativamente não intrusiva, e sem precisar ter um computador perto de você.
Você digita um número de telefone que é enviado por GPRS para os servidores do Jajah, e então estes servidores iniciam uma chamada para você e, em seguida, para o número que você pediu, fazendo um papel de telefonista digital.
Os preços para quem usa aqui no Brasil são competitivos, sendo em alguns casos mais baratos que os exigidos pelas operadoras de celular.
Do seu celular para um fixo no Brasil o preço é em torno de R$0,55 por minuto, e para um outro celular do Brasil R$0,80 por minuto. A grande vantagem é quando a ligação é para os EUA e Canadá, algo como R$0,45 por minuto.
O impacto aqui no Brasil não é tão expressivo como nos EUA, onde as chamadas podem ser de R$0,05 ou até de graça em algumas condições.
O curioso é como que o Jajah consegue competir com as operadoras pagando duas terminações de duas ligações telefônicas (para você e para o outro número). Dá para ver que ainda existe muito espaço para que os preços das ligações de celular caiam.
Atualização: Alec Sanders fez uma análise interessante sobre a rentabilidade do Jajah e seu impacto na telefonia celular ao redor do mundo.
Opinião sobre a área de tecnologia, de comunicações digitais, empreendedorismo, motivação, fotografia, e qualquer outro assunto da hora...
26 setembro 2006
21 setembro 2006
Broadband por Ethernet UTP?
Estamos discutindo sobre disponibilização de broadband por DSL, fibra, WiFi, Wi-Max, EDGE, W-CDMA mas ninguém lembra da forma mais barata de distribuição de conectividade existente: a própria ethernet com cabeamento UTP.
James Seng comenta em seu blog sobre a experiência na Bulgária, onde centenas de pequenos ISP disponibilizam conectividade de 100Mbps a 1Gbps por preços na ordem de $20 dólares.
Como a tecnologia ethernet UTP não permite distâncias superiores a algumas centenas de metros, switches ethernet são colocados como repetidores. A alimentação destas swiches é feita através do próprio cabeamento.
E então? Será que algum empreendedor brasileiro não teria interesse de oferecer conectividade de última milha com esta tecnologia barata?
James Seng comenta em seu blog sobre a experiência na Bulgária, onde centenas de pequenos ISP disponibilizam conectividade de 100Mbps a 1Gbps por preços na ordem de $20 dólares.
Como a tecnologia ethernet UTP não permite distâncias superiores a algumas centenas de metros, switches ethernet são colocados como repetidores. A alimentação destas swiches é feita através do próprio cabeamento.
E então? Será que algum empreendedor brasileiro não teria interesse de oferecer conectividade de última milha com esta tecnologia barata?
13 setembro 2006
Paris terá 50Mbps simétrico por 35 dólares ao mês
Já tinha comentado antes sobre como iniciativas governamentais de estímulo a competição e facilitação do uso dos espaços públicos para a instalação de fibra estão revolucionando o broadband na França.
Agora, devido a estes estímulos a competição, Iliad anunciou acesso de 50Mbps simétrico por $29 ,95 euros ao mês para a região de Paris e mais 3 grandes cidades da França através de sua subsidiária Free no início de 2007.
Free tem em torno de 2 milhões de linhas ADSL hoje em dia, e este novo serviço irá oferecer além do acesso a Internet, ligações de graça para telefones fixos na França, HDTV com PVR (gravação e timeshifting em disco rígido) e WiFi através do dispositivo CPE chamado FreeBox.
Este serviço será oferecido por FTTH, ou seja, fibra direto à residência, abandonando de vez a gambiarra que as tecnologias DSL fazem para tentar ultrapassar os limites práticos de banda de um par de fios desenhados para telefonia.
Tanto isso é verdade que o Japão, o país onde o FTTH tem crescido absurdamente, o número de portas ADSL, ADSL2+ e VDSL ativas estão caíndo.
E, para acabar de vez com as lentas operadoras como a France Telecom, a Free, através da Free Fundation, está se comprometendo a oferecer de graça a quem desejar linhas telefônicas regulares, com acesso a Internet de baixa velocidade e acesso a alguns canais abertos. O objetivo desta fundação seria permitir a "inclusão digital" de toda a sociedade.
Com um exemplo como esse, ficamos até envergonhados com a mediocridade das iniciativas brasileiras de "inclusão digital" e da competição e disseminação do broadband no Brasil.
Nosso modelo está cada vez mais parecido com o modelo americano, onde as agências reguladoras buscam apenas preservar a rentabilidade das operadoras com o argumento do respeito aos contratos mal feitos, destruíndo as possibilidades de competição quando vende licenças de frequências por 15 anos para uso por WiMax apenas para quem paga o preço mais alto ao governo, em vez de se utilizar da sua prerrogativa de incentivar a competição e disseminação de serviços baratos de conectividade a sociedade.
Coisas simples como a obrigação de oferecer os serviços de conectividade de última milha no atacado para outras operadoras de quem obtém os direitos de acesso (WiFi, WiMax, FTTH, ou até mesmo ADSL) nunca são levados em conta.
A revolução do broadband na França nasceu exatamente quando na obrigação a France Telecom de oferecer os pares de fios já existentes por preços razoáveis para operadoras competitivas como a Free.
Atualização: critiquei as agências reguladoras por ignorar o incentivo a competição, quando na realidade estava criticando o conjunto MiniCom, CADE, Anatel e até o Governo.
Existem algumas iniciativas da Anatel que tentam construir alguma competitividade, como a resolução 402 que tenta obrigar as empresas de telecom com poder significativo de mercado (PSM) a prover um mecanismo de última milha no atacado a empresas competidoras, e também a proibição da participação das teles na licitação da banda do Wi-Max, mas como podemos ver são esforços tímidos e ainda assim inviabilizados pelo governo e pelas teles.
Agora, devido a estes estímulos a competição, Iliad anunciou acesso de 50Mbps simétrico por $29 ,95 euros ao mês para a região de Paris e mais 3 grandes cidades da França através de sua subsidiária Free no início de 2007.
Free tem em torno de 2 milhões de linhas ADSL hoje em dia, e este novo serviço irá oferecer além do acesso a Internet, ligações de graça para telefones fixos na França, HDTV com PVR (gravação e timeshifting em disco rígido) e WiFi através do dispositivo CPE chamado FreeBox.
Este serviço será oferecido por FTTH, ou seja, fibra direto à residência, abandonando de vez a gambiarra que as tecnologias DSL fazem para tentar ultrapassar os limites práticos de banda de um par de fios desenhados para telefonia.
Tanto isso é verdade que o Japão, o país onde o FTTH tem crescido absurdamente, o número de portas ADSL, ADSL2+ e VDSL ativas estão caíndo.
E, para acabar de vez com as lentas operadoras como a France Telecom, a Free, através da Free Fundation, está se comprometendo a oferecer de graça a quem desejar linhas telefônicas regulares, com acesso a Internet de baixa velocidade e acesso a alguns canais abertos. O objetivo desta fundação seria permitir a "inclusão digital" de toda a sociedade.
Com um exemplo como esse, ficamos até envergonhados com a mediocridade das iniciativas brasileiras de "inclusão digital" e da competição e disseminação do broadband no Brasil.
Nosso modelo está cada vez mais parecido com o modelo americano, onde as agências reguladoras buscam apenas preservar a rentabilidade das operadoras com o argumento do respeito aos contratos mal feitos, destruíndo as possibilidades de competição quando vende licenças de frequências por 15 anos para uso por WiMax apenas para quem paga o preço mais alto ao governo, em vez de se utilizar da sua prerrogativa de incentivar a competição e disseminação de serviços baratos de conectividade a sociedade.
Coisas simples como a obrigação de oferecer os serviços de conectividade de última milha no atacado para outras operadoras de quem obtém os direitos de acesso (WiFi, WiMax, FTTH, ou até mesmo ADSL) nunca são levados em conta.
A revolução do broadband na França nasceu exatamente quando na obrigação a France Telecom de oferecer os pares de fios já existentes por preços razoáveis para operadoras competitivas como a Free.
Atualização: critiquei as agências reguladoras por ignorar o incentivo a competição, quando na realidade estava criticando o conjunto MiniCom, CADE, Anatel e até o Governo.
Existem algumas iniciativas da Anatel que tentam construir alguma competitividade, como a resolução 402 que tenta obrigar as empresas de telecom com poder significativo de mercado (PSM) a prover um mecanismo de última milha no atacado a empresas competidoras, e também a proibição da participação das teles na licitação da banda do Wi-Max, mas como podemos ver são esforços tímidos e ainda assim inviabilizados pelo governo e pelas teles.
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